top of page

Combinando a experiência vitoriosa deAndreas Mattheis e jovens profissionais,Ipiranga monta dream team de engenharia

  • Alexandre Kacelnik
  • 4 de mai.
  • 3 min de leitura
O time de engenharia da Ipiranga Racing: Rodrigo Kinouchi, Chiquinho Carvalho, Tiago Cortez, Andreas Mattheis, Guiga Gonçalves e Rachel Loh
O time de engenharia da Ipiranga Racing: Rodrigo Kinouchi, Chiquinho Carvalho, Tiago Cortez, Andreas Mattheis, Guiga Gonçalves e Rachel Loh

Por Alexandre Kacelnik, foto de Carsten Horst/Hyset



Interlagos (SP), 4 de maio - A estreia do novo stock car, um carro muito mais tecnológico que o anterior, aumentou sensivelmente os desafios de engenharia na principal categoria do país, que em seus primórdios, na virada da década de 1970 para a década de 1980, era uma “categoria de mecânicos”, onde o limite de potência era livre e envenenar os Opalões era o mais importante.


Hoje, com motores equalizados e pouco para mexer no carro, cada pequeno detalhe de aerodinâmica pode “tirar um pelo” do tempo, como se diz nos boxes, para decidir uma pole position e uma corrida. E isso se faz não só na pilotagem, mas muito na engenharia. O carro novo passa da coleta de dados – quando as informações captadas pelos sensores eram coletadas se plugando um notebook ao carro quando ele parava no box – a telemetria online, que permite e exige decisões mais rápidas. Fora vários aprimoramentos aerodinâmicos, como asa e assoalho do carro, que mudam o downforce e também demandam mais conhecimento de engenharia para o acerto.


Dentro dessa realidade, o chefe da Ipiranga Racing, Guiga Gonçalves, aposta no dream team de engenharia que a equipe montou para 2025. Quando Guiga assumiu o comando, a equipe de Petrópolis não perdeu a enorme experiência e liderança de Andreas Mattheis, que continua na organização como conselheiro técnico e desportivo. Não vai mais à oficina diariamente, mas está em Interlagos para a etapa inaugural da Stock Car e provavelmente estará em todas as corridas. Apenas não tem mais, aos 70 anos – completa 71 no fim do mês -, a obrigação do dia a dia na oficina.


A principal novidade na temporada 2025 é o engenheiro Tiago Cortez, que já estava na estrutura de Petrópolis, na equipe R. Mattheis, do Rodolpho Mattheis, filho de Andreas, e será o race engineer do Toyota número 30, de Cesar Ramos.


Paulistano, 34 anos, Cortez nasceu num ambiente de gasolina. “Desde criança sempre gostei muito de carros e de corrida em particular. Vinha muito a Interlagos com meu pai, e com 16 anos já era fiscal de pista (o popular bandeirinha). Nesse ambiente fui fazendo contatos e já como estudante de engenharia mecânica automobilística na FEI, consegui meu primeiro emprego como aprendiz de mecânico na equipe do Carlão Alves, em 2008”. Depois se tornou engenheiro de dados na Porsche Cup e trabalhou na equipe de Carlos Chiarelli, a antiga Sduderia 111, de onde já saiu em 2012 como race engineer, condição em que chegou em 2013 na estrutura Mattheis. Nesses anos todos, além da Stock Car, Cortez trabalhou na WRT na Europa e fez várias corridas na IMSA, nos EUA. O auge dessa trajetória paralela foi a vitória da Risi Competizione nas 24 Horas de Daytona em 2024, com a Ferrari 296 GT3 de Daniel Serra, Davide Rigon, Alessandro Pier Guidi e James Calado.


A equipe conta ainda a coordenadora de engenharia Rachel Loh, carioca, pioneira entre as engenheiras de automobilismo e líder do movimento de inclusão das mulheres nos autódromos, que estudou engenharia mecânica da UFF (Universidade Federal Fluminense) e chegou à Ipiranga Racing em 2017, e o engenheiro de dados Rodrigo Kinouchi, que está em sua segunda temporada na Ipiranga Racing. Paulista de Araraquara, o caçula do time de engenheiros tem 27 anos e cursou engenharia mecânica na Unesp de Bauru. Como Rachel, assistia corridas de F1 com o pai e entrou no automobilismo pelo projeto universitário Fórmula SAE, onde estudantes controem protótipos tipo fórmula para uma competição nacional. Conheceu Guiga, que o chamou para a equipe, quando trabalhava na Endurance Brasil, onde a Mattheis fazia o carro de Xandy e Xandinho Negrão.


Um diferencial da Ipiranga Racing é que até o chefe dos mecânicos, Francisco Carvalho, o Chiquinho, é engenheiro. Chiquinho entrou na A. Mattheis em 2007, e incentivado por Andreas Mattheis, estudou engenharia mecânica na UCP (Universidade Católica de Petrópolis). Com a rotina pesada de viagens para a Stock Car a para a GT3, e numa época em que o ensino a distância era menos difundido, demorou, mas conseguiu se formar em 2016.


“Estamos muito bem servidos em quantidade e qualidade de engenheiros. A troca de informações ajuda muito sobretudo em um momento como esse, em que temos um carro novo e pouquíssimo tempo para acertá-lo”, conclui Guiga Gonçalves.

Comments


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page