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Maio amarelo: trânsito seguro é questão de consciência


Há tempos que os meses por aqui ganharam cores, cada uma delas associada a um tema importante para a sociedade. Assim, o outubro é rosa e destaca as campanhas de prevenção ao câncer de mama e o azul colore novembro – para que os homens sejam lembrados sobre a importância do diagnóstico precoce na cura do câncer de próstata. E o maio é amarelo, como a luz de atenção nos sinais – ou semáforos – de trânsito. A cor não poderia ser mais apropriada para nos despertar em relação aos acidentes que, todos os dias, ferem e matam tantos brasileiros.

Pensei em escrever aqui sobre esses mortos e feridos – em quantidades maiores do que a das vítimas em países em guerra – e fazer uma lista das atitudes que nos levam a alcançar esses índices tristíssimos. Cheguei mesmo a começar um texto, falando sobre a manutenção mínima dos carros, o respeito às leis e sinalização, a prioridade que, no trânsito, os grandes devem por obrigação dar aos pequenos – ônibus e caminhões aos carros; carros às motos, ciclistas e pedestres; ciclistas (e, agora, usuários de patinetes elétricas) aos pedestres etc. Me senti repetitivo, embora tudo isso seja extremamente importante. Dezenas de outros artigos, matérias jornalísticas e campanhas estão cuidando dessas pautas por esses dias.

Cheguei à conclusão de que deveria me limitar a falar sobre o básico e fundamental: a consciência que cada um de nós precisa ter no trânsito, do pedestre ao caminhoneiro. Consciência sobre o nosso papel em relação aos demais, a como interagimos, ao cuidado que temos por obrigação de ter com todos e que inclui cumprir regras e deixar sempre o "próprio umbigo" guardado em casa – ou seja, agir como parte de um grande sistema em que cada pequena peça é fundamental para a segurança e ninguém é melhor que ninguém.

No fundo, o trânsito é um espelho da sociedade em que vivemos. Egoísmo, prepotência, desatenção, incompetência e desamor são males comuns e igualmente capazes de provocar enormes estragos. Por outro lado, a harmonia e o respeito mútuo, por maiores que sejam as diferenças entre as pessoas, tipos de veículos e caminhos, só traz vantagens para todos nós.

Vamos tratar de respeitar o sinal amarelo, tirar o pé do acelerador e usar (melhor) a cabeça. Só isso já vai reduzir enormemente o número de acidentes no trânsito – e fora dele também.

(Publicado no blog Rebimboca no Globo)

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