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Por que o VW Fox continua em linha aos 17 anos?



Em agosto de 2016, passei uma semana com um VW Fox série especial Run e fiz a maioria das fotografias que você vê aqui neste post – assim como as cenas que estão vídeo acima. Não me lembro exatamente porque, acabei não postando o vídeo na TV Rebimboca. O tempo passou, o modelo já era um veterano no mercado, a Volks lançou outros compactos mais modernos… Pois é, talvez eu não tenha finalizado o vídeo por achar que o Fox não ficariam mais muito tempo no mercado. Errei, sim, errei feio sobre o Fox. Eu e um monte de colegas jornalistas. E não foi somente daquela vez, mas, como conto mais adiante.



Deixei os arquivos guardados até que, há mais ou menos 15 dias, recebi um release da montadora anunciando as novidades para a linha Fox 2021. Li os detalhes e percebi que, tirando as faixas com os dizeres “Run”, aquele carrinho de três anos atrás é, virtualmente, igual ao que é vendido 0 km hoje, pelo menos em mecânica, carroceria e na maioria dos acessórios. É agora ou nunca, pensei. Optei pelo agora. Com vocês, neste post e em vídeo, o VW Fox 2017 – mas pode chamar de 2021 que tá tudo (quase) certo.


Quase maior de idade

Com 17 anos de mercado, o VW Fox é uma espécie de highlander – aquele guerreiro imortal do cinema, lembram? Esse compacto da Volks parece cumprir uma saga de guerreiro imortal e vem sobrevivendo a várias “mortes” dadas como certas por quem acompanha o mercado automobilístico. E, cá entre nós, motivos para essas seguidas previsões furadas, na verdade, nunca faltaram, mesmo.



O Fox foi criado para o mercado emergente, tendo como base a plataforma PQ24, a mesma do então Polo nacional, que havia sido lançado menos de dois anos antes. Sua missão era ser o substituto do campeoníssimo de vendas Gol. Só que, em vez de sair de cena, o Gol acabou ganhando uma nova geração, em 2008, construída a partir da – adivinhem só – a mesma plataforma PQ24. E como o Gol não morreu, mas renasceu, quem passou a ser considerado moribundo foi o Fox, que teria nascido para substituí-lo.


Se estivéssemos em um daqueles épicos mangás japoneses, a esta altura, como acabou não substituindo o Gol, tal qual um samurai que falhou em proteger seu amo, o Fox faria arakiri – ou se transformaria em um Ronin, um guerreiro errante. Mas não foi bem assim. Até porque, embora o Gol tenha continuado

são e salvo e campeão de vendas da linha da montadora, o Fox também vendia bem e, como recompensa, foi promovido também a substituto do pequenino VW Lupo – o menor dos compactos da VW na Europa. Assim, exportado aqui do Brasil, com um tremendo banho de loja em acessórios, capricho maior no acabamento e itens de segurança que não conhecíamos por aqui, o “nosso” Fox rodou garboso pelo Velho Continente, entre 2005 e 2011. Depois disso, foi substituído lá pelo up!



A lógica, então, fez prever que, com a chegada do UP! aqui no Brasil em 2012, mais uma vez, a sobrevivência do Fox fosse curta. Outro ledo engano. Enquanto na Europa o Fox era considerado um modelo de entrada, o mais barato da linha, aqui ele estava alguns pontos acima na tabela: era mais caro que o Gol que, por sua vez, estaria acima do recém-nascido up!.

E, assim, vendendo bem como sempre, nosso herói seguiu no mercado.


Morte anunciada (mas não morrida)


Mas, 2014, com a saída de linha do Polo nacional, com quem, como eu comentei ele e o Gol compartilhavam a mesma plataforma, uma nova onda de boatos sobre o fim do Fox ganhou força. Ironicamente, em vez de sumir, ele ganhou versões mais sofisticadas e mais caras, que passaram a ocupar a posição de opções mais caras entre os compactos da VW no Brasil. É dessa safra, aliás, o a série Run que você vê neste vídeo.



As ameaças – reais ou fantasiosas –, no entanto, não terminaram aí. Em 2017, quando chegou a nova geração do Polo aqui no Brasil, muita gente comentou que, dessa vez, tinha mesmo chegado momento do Fox, então com 14 anos de mercado, aposentar suas calotas. Novamente, não foi isso que aconteceu. O veterano compacto continuava vendendo bem e dando um bom lucro para a VW. Sua plataforma continuava sendo a mesma usada pelo modelo mais vendido da marca, os seguidos retoques visuais faziam que ele não estivesse lá tão defasado…


O tempo foi passando e, hoje, embora não seja exatamente um fracasso de vendas, o Polo, mais caro, continua vendendo menos do que o Fox. E, pior, até o irmãozinho pequeno, o up!, que deveria ter sido o modelo de entrada da linha (mas acabou sendo recolocado mais acima na tabela), sai menos das lojas do que ele – e, não por acaso, também vive constantemente sendo “marcado para morrer”.



Aos 17 anos, o Fox perdeu seus irmãos SW Spacefox (2006-2018) e aventureiro Crossfox (2005-2017), mas continua sendo o segundo compacto mais vendido da VW e, se vocês querem saber a minha previsão, acho que ele vai continuar sendo produzido enquanto o atual Gol for mantido. Isso, claro, porque ambos compartilham muitas partes e processos de fabricação, proporcionando, assim, um bom ganho de escala industrial para a empresa.


Futuro?

Tudo bem que, como já deu para perceber, eu não seja lá muito bom em previsões, reconheço. Mas o fato é que, para 2021, pelo menos, o Fox já está devidamente credenciado. Disponível apenas em duas versões – Connect e Extreme –, como motor 1.6 de 8 válvulas, tal qual o deste post, ele agora vem com os obrigatórios encostos de cabeça para os três lugares no banco de trás, com cintos de segurança de três pontos, além de engates do tipo isofix e top tether para cadeirinhas de criança.



Ele já não vem mais com o simpático teto solar do carro que testei, mas, com um bom pacote de itens de série, em termos de conforto e desempenho, não faz feio frente a concorrência. A idade de seu projeto aparece em outras coisas, como a eletrônica que melhora a segurança – em controles de tração e estabilidade – e a estrutura que, em carros mais modernos, como seus irmãos up! e Polo, tira nota máxima naqueles testes de colisão da Latin Ncap. Isso, e claro, o fato de que, a despeito de uma frente atualizada e de lanternas traseiras com jeito contemporâneo, em essência, sua carroceria continua sendo a mesma apresentada para a imprensa lá em 2003.



Não que o tempo não tenha, também, feito bem a ele em alguns aspectos. A suspensão, que me deixou mareado quando o dirigi pela primeira vez, por exemplo, agora é firme na medida certa, o painel de instrumentos, algo exótico e muito, mas muito simples das primeiras séries deu lugar a outro, muito mais completo. E defeitos, como um canto vivo afiado junto do sistema de escamoteamento do banco traseiro –, que chegou a machucar seriamente alguns consumidores lá no começo da história, está devidamente revestido.


Os segredos da longevidade

No mais, o Fox continua oferecendo um dos melhores aproveitamentos de espaço interno de sua categoria. Isso porque, na prática, seu desenho é quase o de uma mini minivan, com a frente curta, o teto alto e um entre-eixos proporcionalmente longo. A posição de dirigir, altinha, tem tudo a ver com o gosto atual estilo “suv”, o manjadíssimo motor 1.6 8v de 104cv de potência e 15 kgfm de torque (o mesmo que já empurrava o meu saudoso Polo 2003...), trabalhando com a ótima caixa manual de cinco marchas dá conta do recado e deixa ele até gostoso de dirigir.



Não é, mesmo, a opção mais econômica do mercado, mas está longe de ser beberrão. Sua manutenção não é cara e o valor de revenda não é mau. Esse conjunto, claro, explica sem maiores rodeios o porque ele já passou dos dois milhões de unidades produzidas e, ainda hoje, vende direitinho. Se bobear, em vez de morrer no ano que vem – como se prevê há uns 10 anos – ele ainda acaba ganhando uma versão elétrica.


#VWFox Ficha técnica (dados do fabricante)


Motor: 4 cilindros em linha, 1.598 cm³ (1.6 MSI), 8 válvulas, dianteiro, transversal, com injeção multiponto,

flex (álcool e gasolina)

Potência: 104cv

Torque: 15,6 kgfm

Transmissão: tração dianteira, câmbio manual com 5 marchas


Suspensão:

Dianteira independente, tipo McPherson, Traseira por eixo de torção


Freios:

Dianteiros com discos ventilados, Traseiros com tambores, com ABS


Direção com assistência elétrica


Rodas e pneus: liga leve, R15, 195/55


Dimensões (mm)

Comprimento 3.868, largura 1.660, altura 1.552 e entre-eixos 2.467


Capacidades (litros): Porta-malas – 270; Tanque de combustível - 50



Peso: 1072 kg

Carga útil: 448 kg


Desempenho:

Aceleração 0-100 km/h em 10,6 s

Velocidade máxima de 183 km/h


Consumo (álcool/gasolina, km/l):

Cidade 7,4 / 8,2

Estrada 8,2 / 11,8


Cores oferecidas para 2021: Branco Puro, Preto Ninja, Vermelho Tornado, Prata Sargas e Cinza Platinum.


Preços: R$ 54.060, versão Connect,

R$ 59.630, versão Xtreme.


Série limitada Run (2017/18), igual ao do vídeo: preço atual (usado): R$ 47.000 (base Tabela Fipe)


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