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O Dia do Fusca automático

  • Henrique Koifman
  • há 6 horas
  • 3 min de leitura

Por Henrique Koifman – fotos de divulgação


Aqui no Brasil, comemoramos o Dia do Fusca em 20 de janeiro, data em quem, no ano de 1959, foi oficialmente produzido o primeiro “Volkswagen Sedan” na fábrica (ainda em construção) da VW em São Bernardo do Campo. Mas há uma outra data para comemorar o besouro: 22 de junho. Consta que foi nesse dia, em 1934, que o engenheiro Ferdinand Porsche assinou um contrato com a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã para iniciar a produção em série dos primeiros VW.

O Worldwide VW Beetle Day – em bom português, Dia Mundial do Fusca – serviu de “gancho” para que o Complexo Dream Car de São Roque, no interior paulista, colocasse em exibição uma curiosa versão automática do carrinho, que ilustra este post. Então existiu mesmo um Fusca automático?


Bom, as duas últimas gerações do Fusca – afinal, tinham seu nome oficialmente adotado pelo fabricante –, o New Beetle (1997-2011) e o Fusca (2011-2019) ofereciam opções automáticas. Mas não é desses que estamos tratando, e sim daqueles originais, com motor boxer refrigerado a ar instalado na traseira etc.


E como é o Fusca automático de 1970?


Ainda sim, a resposta é sim, ou, pelo menos, quase. Como dá para ler na tampa traseira desse modelo azul-claro (Azul Diamante), o Fusca já contou com uma versão chamada Automatic. Ela foi produzida na Alemanha, entre 1968 e 1976, com foco nos mercados europeu e norte-americano. E Trazia um sistema de câmbio que, hoje, chamaríamos automatizado  – pois mantinha a caixa original, eliminando o pedal de embreagem por meio de um sistema engenhoso.


No caso desse exemplar, que pertence ao empresário Marcio Guerino, está equipado com motor de 1.500 cc de 52 cv de potência e 10,3 kgfm de torque (é um Fuscão, portanto). Para eliminar a necessidade de se usar um pedal de embreagem, a VW modificou o câmbio, para que tivesse apenas três marchas à frente e mais a ré. Essas marchas são identificadas como “L”, de low, para subidas; “1” para trechos planos em velocidades de até 60 km/h e “2”, para uso em velocidades mais altas – equivalendo à quarta marcha dos modelos manuais.


Só que as marchas não mudam automaticamente. Para trocá-las, é preciso usar a alavanca de mudanças. Há um conversor hidráulico de torque, que atua sobre a embreagem – que continua lá, mas seu conjunto platô-disco funciona apenas totalmente aberto ou fechado, sendo acionado por um solenoide, sempre que o motorista aciona a alavanca. E o conversor faz as compensações necessárias para “casar” as rotações do motor com o movimento das rodas.


Marcio, o dono do carro, conta que dirigir esse Fusca é bem diferente de guiar um modelo convencional, não só por contar com apenas três marchas, mas também pela posição dos engates. “O L (Low) é para trás e a marcha à ré é para frente”, diz ele. “De resto, basicamente é um Fusca com caixa de câmbio tradicional, mas com uma embreagem que proporciona maior elasticidade. Diríamos que é o avô do sistema automatizado”, compara Marcio.


Ele é dono desse Fusca desde o ano passado  – quando, depois de descobrir o carro, em bom estado e todo original, em Lima, no Peru, conseguiu comprá-lo e trazê-lo para o Brasil de navio. O único reparo que fez foi dar um banho de tinta na carroceria, que deixou o carrinho com pinta de novo.



Design do Fusca automático também é um pouco diferente


As diferenças em relação aos fusquinhas e fuscões que conhecemos também estão na aparência. Em comparação com os modelos de 1970 vendidos aqui, esse tem vidros laterais e para-brisas maiores e rodas em outro padrão, Além disso, o carro já vinha equipado com algumas coisas que só chegariam ao Brasil mais tarde, como espelho retrovisor externo do lado direito, pisca alerta, faróis planos e acesso externo ao tanque de gasolina. E, por dentro, já há ventilação forçada, mas o que chama mais atenção é o marcador de combustível ficar no mesmo mostrador da velocidade, hodômetro e luzes de óleo e carga.

Segundo Marcio Guerino, seu carro é um dos cinco fuscas automáticos existentes no Brasil hoje. E quem quiser ver esse modelinho raro de perto, pode aproveitar o feriado para conhecer o simpático Dream Car Museum, que fica na Estrada do Vinho, em São Roque, a 60 km da capital paulista. Ali estão expostos 165 veículos antigos, entre modelos nacionais e importados, e há ainda um kartódromo, um shopping com 23 lojas e um parque temático de diversões. Mais informações pelo site www.dreamcarmuseu.com.br e WhatsApp (11) 3090-9147. 



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