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Tinha um Peugeot 304 S Cabriolet no meu caminho

Por Henrique Koifman


O belo carrinho verde que você vê na foto acima e que abre este post é um Peugeot S Cabriolet 1974, pelo qual passei ontem, na rua, enquanto caminhava para o escritório (e peço perdão pelas fotos algo descuidadas). Resolvi falar sobre ele e mostrá-lo aqui porque, para mim, é um dos mais carros mais emblemáticos da década de 1970, sintetizando um lado bem bacana daqueles tempos. Falo de uma combinação de simplicidade – e, quem sabe, despretensão –, com charme e personalidade. Difícil olhar para esse carrinho conversível e não se imaginar ao volante dele, cabelos ao vento, de preferência na beira do mar e sem pressa de chegar. Viajei?



Apresentado ao público no Salão do Automóvel de Genebra de 1970, o cabriolet – como toda a família 304, que incluía ainda hatch, sedã, cupê e break (sw) – teve seu desenho criado pelo célebre estúdio italiano Pininfarina. A versão convertiblefoi produzida, somente na França, entre 1970 e 1975, num total de cerca de 18 mil unidades. Número baixo o suficiente para torná-lo, hoje, um clássico raro (ainda mais no Brasil) e valorizado.



É claro que parte da tal simplicidade que mencionei no primeiro parágrafo tem também a ver com a época em que esse lindo peujeotzinho foi produzido. Nada de (compreensíveis) exigências de coisas do tipo barras de proteção lateral ou de capotamento, air-bags, sistemas eletrônicos…




Bom, neste último caso, se a complexidade dos processadores eletrônicos usados no gerenciamento de motor e periféricos trouxe muita mais precisão, desempenho e eficiência, convenhamos, também fez com que reparos ficassem bem mais caros e limitados a técnicos capacitados – e equipados. É, sim, verdade que, antes, carros assim até enguiçavam um pouco mais, em comparação com os de hoje. Mas, quando quebravam, bastava um bom mecânico para dar um jeito, na maior parte das vezes limpando um giclê do carburador, uma vela suja ou quem sabe trocando um platinado “colado”.


Hoje, a solução da encrenca geralmente passa por uma análise computacional em equipamento caro, não raro implicando a troca de alguma “caixinha preta” cotada em dólar. Fim do resmungo saudosista.



Esse Peugeot 304 cabriolet estava à venda há pouco tempo

Numa rápida investigada na internet, descobri que este exato exemplar verdinho que fotografei foi posto à venda em um site de classificados de automóveis, em outubro de 2023, por R$ 155 mil.


Foi no anúncio, aliás, que fiquei sabendo que se trata de uma versão S, de 1974, e traz sua mecânica original. Isso quer dizer que ele tem sob o capô um motor de quatro cilindros a gasolina de 1.3 litros, que, novo, gerava 75 cv de potência e era capaz de levá-lo até os 160 km/h de velocidade máxima.

Não sei se o carrinho pelo qual passei continua à venda, nem tenho noção se o preço que era pedido no anúncio era bom, alto ou baixo. Esse exemplar, que só pude admirar rapidamente, me pareceu em bom estado geral – embora não impecável.




E isso pode indicar que, em vez de ser guardado no fundo de uma garagem, como um frágil item de coleção, ele vem sendo usado para o que foi criado: passear por aí, sem pressa, de preferência pela beira do mar, cheio de estilo, com os cabelos ao vento, tirando uma tremenda onda.



Além das fotos que fiz do modelo, coloco aqui mais algumas, bem melhores, de divulgação e com licenças creative commons.






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