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Que tal o Citroën C3 Feel 1.0?

Texto e fotos: Henrique Koifman




Recentemente, avaliei por uma semana o Citroën C3 em sua versão Feel 1.0 que vocês estão vendo nas fotos deste post. É sobre ele que falo neste post.




O C3 é um compacto que tem um jeitão de pequeno utilitário esportivo, não só por causa de seu desenho quadradinho, bem bacaninha – mais ainda nessa combinação de cores –, mas também pela boa altura em relação ao solo e os bons ângulos de entrada e de saída, o que acaba sendo bem útil para passar pelos nem sempre razoáveis quebra-molas, pelas inesperadas crateras e por outros inacreditáveis obstáculos que costumamos encontrar pelo caminho nas cidades e estradas brasileiras.


Motor 1.0 aspirado do grupo Stellantis



O que destaca esta versão, que é intermediária na linha e custa R$ 84 mil, é o motor 1.0 aspirado de três cilindros, com 75 cve 10 kgfm de torque. É o mesmo motor que, equipa as versões mais baratas do Fiat Argo e do Peugeot 208. Além deste, o C3 está disponível em versões mais caras com motor 1.6 de 16 válvulas, da própria dupla Citroën/Peugeot, que foram lançadas primeiro.


E, quem diria, esse motor cai bem no C3, que fica mais barato – e competitivo –, mais econômico e, embora menos potente, continua com força suficiente para rodar tranquilamente na cidade, que afinal de contas é sua principal vocação.




Vá lá que esse C3 não tenha, mesmo, um desempenho tão estimulante, mas está longe de ser um carro lerdo. Usando direitinho a alavanca de mudanças – e o câmbio manual de cinco marchas tem engates fáceis e não aborrece –, dá para navegar o trânsito com tranquilidade e, o que é ótimo, gastando pouco combustível. No álcool, rodando a maioria do tempo na cidade, pela medição do computador de bordo fiquei em bons 9,5 km/litro.




Outro ponto bem favorável é a suspensão do carrinho, macia o suficiente para filtrar os maiores defeitos do caminho, mas bem ajustada para permitir fazer curvas com confiança. Esse tipo de acerto e conforto, aliás, foi a única coisa neste C3 que me fez lembrar das gerações anteriores – e, comparativamente, bem mais sofisticadas – do modelo.


E, embora a Citroën faça questão de dizer que, a despeito da aparência, esse C3 não é um SUV, passei muito bem com ele por um trechinho de terra, algo maltratado pelas chuvas e cheio de calombos, costelas e buracos.




Simplicidade extrema, com pitadas de charme


Mesmo nesta versão acima da básica (a Live, que custa R$ 73 mil), esse C3 Feel é um carro de acabamento bem simples, abundância de plástico bem duro e com uma aparência que não chega a empolgar. Seu painel de instrumentos, por exemplo, é tão básico – contempla apenas um velocímetro digital, monocromático, indicadores de combustível e temperatura e parcas outras informações – que parece ter sido tirado de um carro barato dos anos 1990. Coloridas, somente as luzinhas de aviso, essas bem numerosas, que se acendem quando se gira a chave na ignição – chave, aliás, que nem é do tipo “canivete” e que pode furar o bolso de desavisados.


Outro detalhe – bem mais importante – que merece crítica é o fato de a Citroën ter colocado no C3 apenas o que é obrigatório no Brasil em termos de segurança. Lá estão freios ABS, apoios de cabeça para todos, cintos de três pontos etc, e apenas dois air-bags frontais – algo que o coloca em desvantagem em relação a muitos concorrentes desse segmento, que trazem seis dessas bolsas salva-vidas.



Para contrabalançar um pouco a simplicidade, a Citroën criou um desenho para o tablier bastante original, com o revestimento em frente ao carona em tom azulado e textura diferenciada. E, nesta versão, tascou uma grande tela de multimídia de 10 polegadas, sensível ao toque, em formato “wide screen”, e bem servida de conectividade. Também acima da média estão os alto-falantes, que proporcionam uma qualidade de som bem satisfatória. O isolamento acústico, porém, pode atrapalhar a audição de músicas, podcasts etc. Em marcha, especialmente quando os giros do motor e a velocidade estão mais altos, o C3 fica bem ruidoso.


Os bancos são forrados em tecido simples, mas têm bom formato e espumas com densidade correta. O banco do motorista tem ajuste de altura, mas não apoia muito o corpo lateralmente. No banco de trás, o espaço é bom para dois adultos – um terceiro fica um pouco espremido pelo console central, que, pelo menos, oferece duas tomadinhas USB-c para recarregar os celulares dos passageiros. Por seu desenho altinho, o C3 passa uma boa sensação de amplidão, parecendo até maior do que é.



Uma impressão, aliás, que se repete por fora do carro. Na hora de estacionar, porém, ele “volta a encolher” para seu porte menor, o que, com seu desenho quadradinho, ajuda bastante nas manobras. No porta-malas, a capacidade é compatível com sua categoria: 300 litros.


E então, que tal o Citroën C3 Feel 1.0?





Na ponta do lápis, esse C3 Feel 1.0 custa quase o mesmo que seu “primo” Fiat Argo Drive (R$ 84.490*) e pouco a menos que concorrentes como o Chevrolet Onix 1.0 (R$ 85.290*), Hyundai HB 20 Confort Plus (R$ 86.490*) e VW Polo Track (R$ 87.290*), todos com câmbio manual e motor 1.0 aspirado de três cilindros como ele.


Há, claro, algumas diferenças de acabamento e acessórios entre eles – e, em termos de qualidade e materiais, esse C3 não impressiona, mesmo. Mas a diferença mais marcante mesmo, a meu ver, está no estilo. Nisso, acho esse C3 o mais “fora da curva” em seu segmento, com uma originalidade – que costuma ser marca da Citroën, reconheça-se – que salta aos olhos.


Econômico, espaçoso, confortável e bonitinho, é uma opção que, no mínimo, deve ser levada em conta (e, de preferência, para um test-drive) na hora de escolher um modelo de seu segmento. Curti.


(*) preços dos sites das montadoras em 23.11.2023.




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