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Que tal a picape Rampage Rebel 2.2 a diesel?

  • Henrique Koifman
  • há 6 dias
  • 7 min de leitura

Texto e fotos de Henrique Koifman


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Recentemente, pude passar uma semana com uma picape Rampage na versão intermediária Rebel 2.2 turbodiesel. Meu test-drive foi bem variado, com dias de uso urbano e, também, uma pequena viagem em que percorri estradonas, estradas e estradinhas. Do asfalto perfeito em pista dupla ao caminho de terra (sem exageros), incluindo a subida de duas serras, num total de uns 500 km. Conto como foi a seguir.


Antes de ir em frente, adianto que esta foi a segunda Rampage que testei. A primeira, também na versão Rebel, era equipada com um motor turbo a gasolina. E, com ela, acabei fazendo até uma aventura off-road meio involuntária, sob condições bem severas. Para conferir isso e ter uma visão mais completa do modelo, sugiro que você dê uma olhada no post sobre aquele carro, aqui no blog: <https://www.rebimboca.com.br/single-post/com-a-rampage-rebel-em-caminhos-de-a-a-z>.

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Rampage Rebel a diesel ou a gasolina têm o mesmo preço


Curiosamente, hoje, as duas Rebel – a diesel e a gasolina – custam os mesmos R$ 271 mil na página da montadora. Como, aliás, acontece com a versão acima, a Laramie, de R$ 284 mil – já a topo de linha, RT, de R$ 300 mil, só é vendida com a opção a gasolina. E nessas versões a gasolina, o motor é o Hurricane 2.0 de quatro cilindros turbo, que rende parrudos 272 cv de potência e pouco mais de 40 kgfm de torque. Isso confere à picape um desempenho digno de esportivo (ao menos em linha reta): ela acelera de 0 a 100 km/h em curtos 6,9 segundos.


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Até o ano/modelo 2024, era justamente o contraste com esse desempenho todo que tornava as opções turbodiesel da linha bem menos interessantes. Isso porque elas eram equipadas com o mesmo antigo motor 2.0 turbo diesel da linha Jeep e da Fiat Toro, que rendia 170 cv de potência e 38,8 kgfm de torque. E esta é a grande novidade da Rampage 2025 a diesel destas fotos aí, ela conta com um novo motor de 2.2 litros, que entrega 200 cv de potência e mais generosos 45,9 kgfm – mais, torque até que sua irmã a gasolina, portanto.


É esse torque abundante, todo disponível já aos 1.500 rpm, que torna esta Rampage das fotos tão interessante e gostosa de se guiar. Olhando nos números frios da ficha técnica fornecida pela montadora, a aceleração de 0 a 100 km/h continua sendo praticamente idêntica à do modelo a diesel anterior, em pouco menos de 10 segundos. Mas a disposição para levar ou rebocar cargas deve ter aumentado consideravelmente (não pude avaliar isso). E basta você pegar uma boa estrada, subir uma serra, ou fazer retomadas para notar logo a diferença, também.


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Rampage a diesel anda bem e ficou mais econômica


Não, a Rampage a diesel não “anda tanto quanto à Rampage a gasolina” – embora, como comentei acima, deva até ser melhor para levar reboques e cargas. Mas ficou bem mais esperta que sua antecessora. Basta pisar um pouco no acelerador para obter fôlego para fazer ultrapassagens – eu fiz algumas, em subidas puxadas de serra, com total segurança. E ficou também bem mais fácil (e menos barulhento) manter velocidades médias mais altas, pisando menos no acelerador.


E pisar menos implica gastar menos combustível. Na média geral, entre todos os tipos de caminhos que enumerei lá na abertura do texto, o consumo que anotei foi de ótimos 12,7 km por litro de diesel. Medindo apenas na cidade, obtive 11,5 km/litro e em um trecho plano e de velocidade em torno de 100 km/h, cheguei a registrar 15 km/litro – tudo isso medido no computador de bordo. Números melhores, até, que os informados pela montadora em sua ficha técnica (confira no final do post).


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Outra coisa que contribui para a economia é o bom escalonamento das marchas do câmbio automático de nove velocidades. Ele trabalha com suavidade e parece fazer as trocas sempre nos melhores momentos. E ainda dá para fazer as trocas de marcha manualmente, pelas borboletas no volante – algo que usei intensamente nas descidas de serra e em trechos mais cascudos de estradas de terra. Para estas, aliás, a tração integral permanente – que privilegia as rodas traseiras, mas transfere força para as dianteiras, de acordo com a necessidade – ajuda bastante, mantendo a picape de quase duas toneladas sempre “na mão”. E, se a coisa engrossar mesmo, ainda dá para usar a opção reduzida, acionada no seletor do console.


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A tração integral permanente também é um senhor recurso nas arrancadas e em trechos sinuosos de asfalto, mas vale lembrar que mesmo contando com um bom pacote de assistência ao motorista – controles de estabilidade e de frenagem, auxiliar de manutenção de faixa, alerta de ponto cego, frenagem autônoma de emergência etc., discos nas quatro rodas e uma suspensão traseira mais refinada, do tipo multilink, a Rampage é uma picape, alta, comprida e pesada. Ela não é um carro com vocação esportiva, ok?


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Rampage é confortável na primeira fila, nem tanto na segunda


Embora seja uma versão intermediária da linha, a Rebel tem um ótimo padrão de acabamento interno, com materiais agradáveis ao toque, painéis com muitas partes forradas e uma boa quantidade de recursos de conforto. O banco do motorista tem vários ajustes elétricos e, regulando o volante em altura e profundidade, consegui uma ótima posição de dirigir. Ali na frente, aliás, o espaço e a ergonomia são bons o suficiente para você não ter maiores dificuldades em acessar os comandos de que necessita, rapidamente. Há boa multimídia, com conectividade sem fio e o painel de instrumentos, digital, permite algumas configurações interessantes e tem fácil leitura.


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Já no banco de trás, porém, o espaço não é tão generoso, especialmente quando o motorista é comprido como eu. A despeito de ser 8,3 cm maior que a Fiat Toro, com a qual divide sua plataforma, a impressão é de que as duas oferecem o mesmo conforto para os passageiros da segunda fila. Pessoas de estatura média não vão se queixar, mas as mais altas podem ficar apertadas. Por outro lado, os bancos são forrados em couro, têm espuma de boa densidade e bom apoio. E como a suspensão traseira, tal qual mencionei, é do tipo multibraços (e não por feixe de molas, como em muitas outras picapes), não se sofre ali com o sacudir que comumente transforma esse tipo de veículo em uma espécie de coqueteleira com rodas.


Além disso, esses passageiros não vão precisar dividir seu espaço com bagagens. Uma das grandes vantagens de uma picape de cabine dupla é justamente contar com uma caçamba e, neste caso, ela tem capacidade para transportar o equivalente a 980 litros, em mais de 1 metro de comprimento, 1,88 m de largura e quase 60 cm de altura até a (boa) capota marítima. Para objetos mais volumosos, retirando essa cobertura, as possibilidades se multiplicam.


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Cheguei a transportar algumas bolsas ali, presas por esticadores (poderia haver mais ganchos de amarração...), e mesmo passando por trechos de terra, com muita poeira, elas saíram dali limpinhas no final da viagem. Abrir e fechar a tampa traseira, que conta com amortecimento, não exige muito esforço.

No mais, o sistema de alto-falantes é ok e, mesmo com o nível de ruído interno um tanto mais alto que o das versões a gasolina, dá para viajar ouvindo música ou seu podcast preferido, sem perder nada.


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E então, a Rampage Rebel 2.2 turbodiesel vale a pena?


Sem medo de elogiar demais, acho que a Rampage é um carrão, nos dois sentidos. É bonita, anda bem, é boa de guiar, passa segurança na estrada, é surpreendentemente fácil de manejar na cidade e é até econômica. Nesta versão intermediária Rebel, já é bem equipada, tem um acabamento primoroso e só fica devendo em espaço pros passageiros no banco de trás.


A questão aqui pode ser o seu preço – lembrando, R$ 271 mil nesta versão Rebel. Sem sair das linhas da própria Stellantis: uma picape Fiat Titano, na versão intermediária (e rima) Volcano, com o mesmíssimo motor turbodiesel 2.2 e 30 cm maior está saindo hoje na página da montadora por R$ 264 mil (e você provavelmente conseguirá comprá-la com algum desconto). E, como a Titano, há versões de outras picapes médias grandes de outras marcas, de uma categoria acima, portanto, por valores parecidos.


Foto de divulgação
Foto de divulgação

É claro que são veículos de padrões diferentes. A Rampage, mais caprichada em materiais e acabamentos, poderia ser chamada (sem afetação, por favor) de “picape premium”. Para chegar a um padrão semelhante, você teria de optar pelas opções mais para o topo da linha desses outros modelos e, aí, o preço seria bem mais alto. Além disso, embora tamanho maior implique em mais espaço, ser um pouco menor – especialmente se você for rodar muito em cidade – pode ser até vantajoso. Ainda assim, a depender do uso e do desejo do comprador, essa questão “geométrica e financeira” é, sim, um fator importante a se considerar.


Outro é a possibilidade é comprar a mesma versão Rebel da Rampage, mas com motor a gasolina, mais potente e menos ruidosa. E aqui a decisão pode passar novamente pelo propósito – já que, com mais torque, a turbodiesel leva alguma (ainda que pequena) vantagem para levar reboques e cargas. E pelo bolso, pois a turbodiesel é consideravelmente mais econômica que a irmã.


Daí que, por suas qualidades, acho que a Rampage Rebel é um veículo que, sim, vale a pena e sua versão a diesel pode ser a melhor escolha. Seria a minha.

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Ficha técnica – Ram Rampage 2.2 Turbodiesel Rebel (dados do fabricante)


Motor

Posição: Dianteiro, transversal

Número de cilindros: 4 em linha

Diâmetro x curso: 83,8 x 99 mm

Cilindrada total: 2.184 cm3

Taxa de compressão: 15,7:1

Potência: 200 cv a 3.500 rpm

Torque: 450 Nm / 45,9 kgfm a 1.500 rpm

Nº de válvulas por cilindro: 4

Injeção: direta

Admissão: com turbocompressor variável (TGV), intercooler ar-água e wastegate elétrica

Combustível: Diesel S10


Transmissão

Câmbio automático: nove marchas à frente e uma à ré

Relações de transmissão:

1ª – 4,700 ,

2ª – 2,840

3ª – 1,910

4ª – 1,380

5ª – 1,000

6ª – 0,810

7ª – 0,700

8ª – 0,580

9ª – 0,480

Ré – 3,805

Diferencial – 3,734


Sistema de tração

4X4 sob demanda com modo reduzida


Freios

Dianteiro: Disco ventilado, 330 mm de diâmetro x 28 mm

Traseiros: Disco ventilado, 320 mm de diâmetro x 22 mm


Suspensão

Dianteira

Tipo: Independente, McPherson, com barra estabilizadora e stop hidráulico

Amortecedores: Hidráulicos e pressurizados

Elemento elástico: Molas helicoidais

Traseira

Tipo: Independente, multibraço, com barra estabilizadora

Amortecedores: Hidráulicos e pressurizados

Elemento elástico: Molas helicoidais


Direção

Tipo de assistência: elétrica

Diâmetro mínimo de curva: 11,9 m


Rodas

Liga-leve, 17”

Pneus: 235/65 R17


Peso do veículo

Em ordem de marcha: 1.951 kg

Capacidade de carga: 1.015 kg

Capacidade de reboque (sem freio): 400 kg


Dimensões e capacidades

Comprimento do veículo: 5.028 mm

Largura do veículo: 2.040 mm (c/retrovisores)

Altura do veículo: 1.780 mm (c/antena)

Distância entre-eixos: 2.994 mm

Altura mínima do solo: 223 mm

Ângulo de entrada: 25,8°

Ângulo de saída: 27,5º

Ângulo de rampa: 23,4º

Tanque de combustível: 60 litros

Tanque de Arla: 13,5 litros


Caçamba

Comprimento máximo: 1.055 mm

Largura máxima: 1.886 mm

Profundidade: 595 mm

Volume: 980 litros (líquido)


Desempenho

Velocidade máxima: 196 km/h

0 a 100 km/h: 9,9 s


Consumo (PBEV)

Ciclo urbano: 10,6 km/l

Ciclo estrada: 13,3 km/l


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