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Que tal o Peugeot 2008 GT 2025?

  • Henrique Koifman
  • 2 de mai.
  • 7 min de leitura

Texto de fotos de Henrique Koifman



Passei uma semana com este Peugeot 2008 versão GT, que você vê estacionado aqui no blog nestas imagens. A GT é a opção mais cara e mais completa, com motor a combustão, do 2008. Isso porque, acima dela, está a E-2008. Como a letrinha “E” denuncia, esta segunda é elétrica. Ela vem importada da França – enquanto o restante da linha vendida aqui no Brasil é hoje produzida na Argentina com motor de DNA italiano. Se essa receita multinacional e multicultural ficou apetitosa? Falo sobre isso a seguir.



Vale explicar que, no ano passado, o SUV 2008 ganhou uma nova geração, que assim como o “mano” hatch 208, é construída sobre a moderna plataforma CMP (usada nos Peugeot e Citroën) e vem com motor Fiat 1.0 turbo flex de três cilindros, com injeção direta de combustível, que fornece ao carro de até 130 cv de potência e 20,4 “quilos” (kgfm) de torque. É o mesmo motor de versões dos Fiat Pulse, Fastback e Strada e de alguns Citroën, e que funciona com um câmbio automático do tipo CVT que simula sete marchas.




Vestindo e usando o Peugeot 2008 GT


E o novo motor caiu muito bem nesse SUV compacto. Ele rende bem e contribui para que o carro seja bem gostoso de se guiar. Para isso, também ajuda, e muito, a posição de dirigir – banco, volante, espelhos… tudo pode ser ajustado para pessoas de qualquer estatura. Alto (1,87m), gosto de colocar o banco em posição mais baixa, e ao fazer isso, “desativei” um pouco o modo utilitário do 2008, deixando ele com uma configuração mais para esportiva.



Mas não para por aí. Painel, volante, comandos, visibilidade... tudo parece ter sido (bem) projetado para agradar a pessoa que está “vestindo” o carro na posição de motorista. O volante pequeno, com base chata, as telas de instrumentos – que permite algumas configurações personalizadas e imagem com efeito tridimensional – e da central de multimídia são voltadas para que está guiando. A Peugeot chama esse recurso de i-Cockpit, fazendo referência aos cockpits de carros de competição, e isso faz todo o sentido, inclusive em termos de design dos painéis, saídas de ar e teclas físicas.


Só destoa um pouco do espírito da coisa a teclinha para acionar o modo esportivo, ajuste que deixa o carro ainda mais divertido, mas que fica escondida atrás do volante e é difícil de se achar, especialmente enquanto você está dirigindo. Uma pena, pois se esse recurso estivesse um pouco mais à mão – quem sabe em um botão no volante, como na linha Fiat atual – seria bem mais fácil de usar, do mesmo modo que é fácil trocar as manualmente as marchas simuladas do CVT usando as grandes (e bacanas) borboletas atrás do volante.




Um SUV compacto esperto


No mesmo nicho quase oculto da tecla Sport fica o botão para ligar e desligar o assistente de permanência em faixa, mas esse a gente não vai ficar querer ficar ligando e desligando toda hora. Pode parecer implicância minha dar tanta importância à tal teclinha sport, mas não é só isso. Embora o 2008 esbanje torque em baixas rotações e seja ágil, em modo normal, ele tem um pequeno intervalo (delay ou gap) entre o movimento do seu pé direito sobre o acelerador e a efetiva resposta do motor em termos de deslocamento.



Um fenômeno, aliás, comum a muitos carros atuais de várias marcas e que, aparentemente, tem relação com os ajustes feitos para atender as novas normas de eficiência e emissões. Esse pequeno atraso de aceleração se reduz sensivelmente quando você aciona a tal teclinha Sport. Ela deixa o carro um pouco mais arisco – e divertido –, mas cobra por isso em consumo de combustível. A vontade é acioná-la sempre que há necessidade de arrancadas ou retomadas um pouco mais rápidas, desligando a vitamina em seguida. Ou só de farra, mesmo, quando der vontade.


Afinal, além dos aspectos visuais e sensoriais, esse 2008 é um carro bem estável (para sua configuração “altinha”) passa confiança em curvas e tem uma direção bem direta e estimulante. E ainda traz bons freios a disco nas quatro rodas, brecando direitinho também. A operação, que nos obriga a tirar os olhos do caminho e ainda entortar o pescoço, porém, desestimula um pouco o uso da tal teclinha mágica.



Colocando um pouco disso em números, o Peugeot 2008 GT (que pesa cerca de 1.300 kg) vai de 0 a 100 km/h em até 10,1 segundos – passando uma sensação de que acelera mais rápido. Como sempre acontece nesses motores turbinados, o torque aparece já em rotações baixas e seu máximo é atingido logo aos 1.750 rpm. É isso que dá aquela sensação de ter as costas empurradas para o encosto do banco. Segundo a fábrica, ele chega aos 194 km/h de velocidade máxima e, de acordo com o INMETRO, faz até 12,3 km/litro com gasolina na cidade e 13,7 km/litro na estrada. Comigo, rodando a maior parte do tempo na cidade, a média aferida pelo computador de bordo ficou em pouco mais de 11 km/litro.



O visual do Peugeot 2008 GT


Por fora, o 2008 cresceu um pouquinho e mudou bastante, com linhas que são, em comparação à geração anterior, ao mesmo tempo mais equilibradas, originais e bonitas. Faróis, outras luzes e lanternas, sempre em LED, têm desenho agressivo e criam efeitos interessantes – em 3D, no caso das traseiras.



E, neste exemplar que testei, o Cinza Selenium da lataria contrastava elegantemente com uma série de detalhes e acabamentos em preto brilhante, como nos retrovisores, grade dianteira, spoilers e parte das rodas de liga – que têm 17 polegadas, com pneus 215 60 R17, com perfil de intermediário para alto, o que tem o lado positivo por, junto com a suspensão bem calibrada, deixar bem firme, mas macio.



O cinza geral contrastava também com o teto solar panorâmico, que tem sua seção dianteira escamoteável – diferentemente de outros Peugeot recentes, em que o vidro de cima não se abria. Com a cortina – de acionamento manual, o que pode ser limitador para pessoas com pequena envergadura – fechada, o isolamento térmico, mesmo sob sol forte, foi bom o suficiente para nem me lembrar dele durante o teste. E, quando aberta, faz com que o carro pareça maior por dentro, especialmente para os passageiros do banco traseiro.



Conforto, recursos e o lado família do Peugeot 2008 GT


Além do teto solar panorâmico, esse 2008 GT tem multimídia e conectividade fáceis de usar, bom nível de isolamento termoacústico e bom espaço para quatro pessoas, mas o túnel central no assoalho torna a viagem de um eventual quinto passageiro, no assento do meio, mais difícil. No porta-malas, entram bem razoáveis 347 litros de bagagens, e o acesso a elas será fácil.


Boa parte dos ajustes do carro, como a configuração do painel de instrumentos, luzes e controles finos da refrigeração, estão na multimídia, por toque. Mas, felizmente, alguns dos recursos mais usados no dia a dia, como os do ar-condicionado, podem ser acessados por botões de atalho no console e a ajuste da velocidade do ventilador está logo na tela de abertura (a que tem o ícone de casinha, como atalho, no console).



No console frontal, também, estão entradas USB e USB-c – que também etão disponíveis para para os passageiros de trás, que, entretanto, não contam com uma saída para eles. No mesmo console central do painel fica uma espécie de “mini porta-luvas”, que abriga um carregador sem fio para celular, com ventilação direta do ar-condicionado. Quando aberto, ele também serve para apoiar o celular.


Bonito e bom de se usar – assim como as luzes de cabine dianteiras. Elas ficam, como em todos os carro, à frente do espelho retrovisor (que não tem sistema antiofuscante fotocrômico), mas em vez de botões, são acionadas com a simples e leve passagem dos dedos, tanto para serem acesas, quanto apagadas. E isso funciona surpreendentemente bem, sem falhas. A partida é sem chave e há sensor de proximidade – as portas destravam quando você se aproxima com a chave no bolso, e travam quando você se afasta, enquanto os espelhos externos são recolhidos também.



No mais, os painéis são quase todos em plástico rígido, com ligeiras variações de texturas e cores, incluindo partes brilhantes, em black piano. As poucas exceções estão providencialmente nas alças internas das portas, onde costumamos apoiar (ou esbarrar) nossos cotovelos. A impressão geral, no entanto, é boa, e não notei nenhum desalinhamento ou ruído de plástico ao rodar com o carro.



Pacote de segurança e de apoio ao motorista


Além dos controles de tração e estabilidade obrigatórios e de seis air-bags, a versão GT do Peugeot 2008 vem com uma série de itens interessantes. Entre eles, aviso de ponto cego, assistente de manutenção de faixa e alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência. E conta com um sistema bem interessante de visão em 360 graus, embora só conte com câmeras na dianteira e na traseira.



Pelo que entendi, ao andar para frente ou para trás (em manobras), o sistema grava as laterais dos cenários, reproduzindo, de forma sincronizada, uma montagem com vista de cima dessas imagens, na tela da multimídia, combinadas com o que detectam os sensores. Parece complicado, mas para quem usa – e eu usei bastante – funciona muito bem. Com esses recursos, em relação a alguns concorrentes, como as versões mais caras dos VW T-Cross e Nivus e o Hyundai Creta, por exemplo, o Peugeot 2008 só perde mesmo por não ter o piloto automático adaptativo – o ACC, que mantém automaticamente uma distância preestabelecida para o carro à frente.




E então, o Peugeot 2008 GT vale a pena?


Além do visual e do prazer de dirigir, essa versão GT do 2008 tem um custo-benefício interessante para sua categoria. Na tabela, ela sai por R$ 176 mil, mas em 02/05/2025, no site da Peugeot, estava em oferta por pouco mais de R$ 160 mil. Com a mecânica mais moderna e confiável da Stellantis (câmbio e motor) e o bom pacote de recursos, sim, acho que esse 2008 vale a pena. No mínimo, recomendaria que quem procura um SUV compacto desse porte e faixa de preço, agendasse um test-drive para conhecê-lo de perto.

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